UPDATE: Adicionado texto resumido com a história do Aeroclube do Brasil no final do post.
Quem esquece o passado, está condenado a cometer os mesmos erros
É isso.
Enquanto o campo em que os irmãos Wright construiram seu Flyer virou um Memorial e um lindo museu (tanto em Dayton quanto em Kittyhawk), aqui a Infraero deseja acabar com mais um capítulo de nossa história, em nome do lucro de alguns.
Não temos uma Nação. Quem tem o poder de decidir, decide apenas por alguns, não pela Nação.
A história foi publicada hoje pelo Blog do Coluna Esplanada do UOL.
A Infraero pode cortar as asas da História e ocupar a qualquer momento dois hangares do Aeroclube do Brasil (ACB) no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio, por interesse comercial.Fundado por Santos Dumont em 1911, o ACB foi a primeira escola de aviação civil do País e ocupa o local desde a década de 70, destinado pelo antigo Departamento de Aviação Civil, mas agora a estatal requer a área para licitação.A Infraero informa que trata-se de ação de reintegração de posse, em acordo com a entidade, cujo contrato expirou em 2008, sem interesse de renovação da parte do governo.
Onde este País vai parar?
UPDATE: Resumo da história do ACB, retirado da página do próprio Aeroclube.
Fundado em 14 de outubro de 1911 por um grupo de idealistas, o “AEROCLUBE BRASILEIRO” foi verdadeiramente o berço da aviação brasileira. Foi o primeiro a ser fundado no Brasil e um dos primeiros no mundo.
[...]Porém o mais notável é o fato de que sua primeira diretoria teve como presidente de honra o sócio fundador ALBERTO SANTOS DUMONT, sendo o Almirante JOSÉ CARLOS DE CARVALHO Diretor Presidente. VICTORINO DE OLIVEIRA, redator do jornal “A NOITE”, foi seu primeiro Diretor Secretário.
[...]
Em 1936 o Triunvirato deu por terminada sua missão. Os primeiros aviões pousaram. Manguinhos era uma realidade. Renascia o Campo de Aviação dos sonhos dos fundadores do Aeroclube Brasileiro, especialmente de RICARDO KIRK.
Lá estava agora como Presidente o Almirante VIRGINIUS DELAMARE, que em 1917, então tenente, tentava com BENTO RIBEIRO fazer voar a Escola Nacional de Aviação, nos Afonsos.
Foi graças à inauguração de Manguinhos com o prestígio da presença do então presidente GETULIO VARGAS, que tomou impulso a “SEMANA DA ASA”, criada em 1935 pela comissão de Turismo Aéreo do Touring Club do Brasil.
Ainda na década de 40 foram criados os Departamentos de Paraquedismo e de Aeromodelismo, que contaram com dezenas de participantes. O Departamento de Paraquedismo foi organizado e dirigido pelo saudoso CHARLES ASTOR. O Departamenro de Aeromodelismo, por MARIO SAMPAIO.
[...]
No final da década de 50 surgiram problemas administrativos muito sérios e o aeródromo de Manguinhos foi interditado sob a alegação de interferência com o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont.
[...]Porém o mais notável é o fato de que sua primeira diretoria teve como presidente de honra o sócio fundador ALBERTO SANTOS DUMONT, sendo o Almirante JOSÉ CARLOS DE CARVALHO Diretor Presidente. VICTORINO DE OLIVEIRA, redator do jornal “A NOITE”, foi seu primeiro Diretor Secretário.
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Em 1936 o Triunvirato deu por terminada sua missão. Os primeiros aviões pousaram. Manguinhos era uma realidade. Renascia o Campo de Aviação dos sonhos dos fundadores do Aeroclube Brasileiro, especialmente de RICARDO KIRK.
Lá estava agora como Presidente o Almirante VIRGINIUS DELAMARE, que em 1917, então tenente, tentava com BENTO RIBEIRO fazer voar a Escola Nacional de Aviação, nos Afonsos.
Foi graças à inauguração de Manguinhos com o prestígio da presença do então presidente GETULIO VARGAS, que tomou impulso a “SEMANA DA ASA”, criada em 1935 pela comissão de Turismo Aéreo do Touring Club do Brasil.
Ainda na década de 40 foram criados os Departamentos de Paraquedismo e de Aeromodelismo, que contaram com dezenas de participantes. O Departamento de Paraquedismo foi organizado e dirigido pelo saudoso CHARLES ASTOR. O Departamenro de Aeromodelismo, por MARIO SAMPAIO.
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No final da década de 50 surgiram problemas administrativos muito sérios e o aeródromo de Manguinhos foi interditado sob a alegação de interferência com o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont.
Nota do Lito: O Galeão foi inaugurado em 1952, o SDU em 1936.
Em 1967, lutando contra o tempo para conseguir o novo Campo de Aviação, evitou-se que o Aeroclube do Brasil fosse transformado em “Aeroclube da Guanabara” por força do DL número 205, de 27/02/1967, obtendo aprovação no Congresso Nacional da Lei 5.404, de março de 1968, alterando o artigo 5 e criando o parágrafo 2 para reconhecer o pioneirismo histórico do Aeroclube do Brasil:
“O Aeroclube do Brasil, fundado em 14 de outubro de 1911, a primeira entidade da aviação brasileira com existência local, por seu pioneirismo e pela implantação da mentalidade aeronáutica a que deu curso, é considerada integrante das tradições nacionais na área da aeronáutica“.
Finalmente em 1972 – dez anos sem voar – o Aeroclube reiniciou suas atividades no Aeródromo de Jacarepaguá, administrado então pela ARSA, contando apenas com um velho “Aeronca Sedan” (PP-DZW), comprado pelo Aeroclube em 1950, e mais três “FOKKER” (T21 e T22), desativados pela Academia da Força Aérea e cedidos pelo DAC para a formação de pilotos.
PAULO VIANNA, um dos principais responsáveis pela construção de Manguinhos, agora aos 80 anos, novamente enfrenta o desafio de recomeçar tudo de novo em Jacarepaguá. Acostumado a duras lutas, lá estava ele voando novamente os velhos FOKKER e formando novos pilotos. Morreu poucos meses depois acreditando nas promessas das novas instalações que seriam construídas para repor as de Manguinhos.
PAULO VIANNA, um dos principais responsáveis pela construção de Manguinhos, agora aos 80 anos, novamente enfrenta o desafio de recomeçar tudo de novo em Jacarepaguá. Acostumado a duras lutas, lá estava ele voando novamente os velhos FOKKER e formando novos pilotos. Morreu poucos meses depois acreditando nas promessas das novas instalações que seriam construídas para repor as de Manguinhos.
Presentemente, o Aeroclube dispõe em Jacarepaguá de uma sede social e administrativa, inaugurada em 1982, denominada “Mal. IVO BORGES” como homenagem ao segundo Presidente da era Manguinhos, responsável pela compra do conjunto de salas na rua Álvaro Alvim, na Cinelândia, cuja receira de aluguel permitiu a sobrevivência do Aeroclube nos dez anos sem as rendas de Manguinhos.
Dispõe também de dois Hangares: “PAULO VIANNA”, inaugurado em 1989, e “RICARDO KIRK”, inaugurado em 1993. Todos estes imóveis pertencem à INFRAERO, entregues ao Aeroclube em regime de comodato.
Dispõe também de dois Hangares: “PAULO VIANNA”, inaugurado em 1989, e “RICARDO KIRK”, inaugurado em 1993. Todos estes imóveis pertencem à INFRAERO, entregues ao Aeroclube em regime de comodato.
Coloquei a história do Aeroclube em virtude dos comentários sobre a má informação da Folha de São Paulo. Mas analisando a história, percebe-se que o Aeroclube vem sofrendo derrotas desde a sua inauguração. O terreno é da Infraero e ela pode fazer o que bem entender. Daqui a alguns anos, saberemos (ou não) que existiu uma vez um aeroclube pioneiro no mundo…
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